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terça-feira, novembro 28, 2006

Poesia visual e outros babilaques dolabelianos




























































olhai os ritmos das ritas
olhai os jamais dos joyces
olhai os diques das dickinsons
olhai os dadas das rôrôs
olhai os confúcios das patrícias
olhai os duchamps dos champions
olhai as energias dos benjamins
olhai os ecos das obras
olhai os luxos dos liechtensteins
olhai os cages das janelas
olhai o rock dos tones
olhai os blacks dso blakes
olhai os beatles dos blues
olhai os durans dos drummonds
olhais os ponds das liras
olhai os howls dos warhols
olhai os crumbs dos karmas
olhai as pazes dos crepazes
olhai os rouxinóis dos gils
olhai os allens dos noéis
olhai os mirós dos miramares
olhai os kaitanos dos hai cães
olhais as loas dos lao-tsés
olhai os rosebuds dos rimbauds
olhai os zens dos zeuses
olhai os arnaldos dos arnauts
olhai as cartas dos marxs
olhai os rolls dos carrolls
olhai os bashôs dos babos
olhai as luces dos luzianos
olhai os dantes dos mutantes

olhai os líricos dos campos



SAUVE QUI PEUT – LA POÉSIE

sim, eu disse estas palavras
essa palavra, naquele outono de 1977
e todos os invernos passei ao seu lado
idéia: babel & babylon
& não vendi poesia no templo.

sim denise rimbaud numa janela
crime onde os heróis não morrem
desastre paul godard: idéia
que eu disse

monge-zen: bom e mau
não há mal em te querer bem
olhar (que eu não te vi)
idéia idéia idéia idéia idéia
mesmo que dizem que são palavras

naquele outono de 1977
sim, eu disse sim



GRAFITE (1)

abaixo a carestia
chega de comer angú
stia e solidão



GRAFITE (2)

tudo muito chato.
tudo muito arte.



P.L. (n.º 3)

o poeta concreto
discute com o poeta
do poema/processo
qual deles é capaz de apanhar
do poeta marginal

enquanto isso o poeta marginal
tira mimeógrafo do nariz.



RECADO

eu poderia
mandar dizer pra ela
que estou com frio
morrendo d’amores
mas não
diga apenas que eu
estou comendo uma
tampa de caneta por dia.



AMOR ETERNO

o tico-tico que (hoje)
come o meu fubá
é o mesmo que (há pouco)
só passava a caviar



RATORMENTO

oh meu olhar insensato
que fareja seu desejo:
solitário olhar de um rato
na ratoeira sem queijo.



BRAILE CONTIGO

com você eu quero todo baile
um blues em bruxelas
um tango em tanger
um lundu em londres
um bolero na bolívia
um rock em roma
um cha cha cha no chade
um baião nas bahamas

um maxixe no méxico
um samba em são paulo
um pás de deux na guiné
uma rumba na romênia
uma mazurka na urca
um ska na esquina
um reggae no recife
um choro na china

uma salsa em salvador
um funk em frankfurt
uma valsa em valparaíso
um frevo na frança
um fox-trot em tróia
um calipso em cali
um mantra na mongólia
um baile em braile

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