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quarta-feira, novembro 19, 2008

Wolinski no Amazonas - Parte 2



O cineasta francês Jean-Jacques Annaud e a italiana Caterina Murino, no traço de Wolinski.

Wolinski é superviajado, conhece o mundo e gosta de ir além das fronteiras da Europa - ele que nasceu em Tunis, em 1933, e foi para a França pequeno. Visitou Cuba várias vezes. E o que pensa da ilha de Fidel? Resposta corrosiva: "Cada vez tem menos daquilo que eu gosto e mais daquilo que eu não gosto." Mas tempera: "Agora, é preciso compreender Cuba: nunca vi uma criança na rua, elas são cuidadas e têm todo o apoio do governo." E alfineta de novo: "Mas não existe liberdade. Não há jornais livres e isso é o que de pior pode acontecer." Liberdade consentida não merece esse nome. Ele lembra de um amigo, argelino, cartunista também, que se diz totalmente livre para fazer seu trabalho, "desde que não fale do presidente, do Exército e da religião." Ri: "Pode?"

A liberdade é o fundamento. Por isso, por crítico que seja em relação à França, reconhece essa virtude fundamental em seu país: "Na França, temos um verdadeiro culto à liberdade. Você não vai ver nenhum presidente, de direita, esquerda ou centro, propor o que seja para tolher a liberdade de alguém ou da imprensa. Nenhum deles vai falar em Deus, também, porque temos um outro culto, que é o do Estado laico, e que vem do Século das Luzes." Brinca: "A liberdade é tudo que podemos ter, mesmo porque a justiça não existe." Quer uma prova?: "Se a justiça existisse, todos os homens teriam o pênis do mesmo tamanho." Diante dessa constatação empírica da absoluta falta de justiça deste mundo, temos de nos contentar com a liberdade. E já é muito.

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