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quinta-feira, março 26, 2009

E o gênio partiu...


Maria Fernanda Souza e
Ana Célia Ossame

DA EQUIPE DE A CRÍTICA

O jornalista Sebastião Pereira Reis, 49, foi encontrado morto na manhã de ontem, em seu apartamento localizado no condomínio São José do Rio Negro, avenida Umberto Calderaro Filho, Zona Centro-Sul. As causas de sua morte não foram divulgadas pela Polícia Civil, mas o Instituto Médico-Legal (IML), em atestado preliminar, alegou parada cardíaca.

Considerado por muitos colegas como um dos maiores jornalistas amazonenses de todos os tempos, Reis teve uma trajetória profissional marcada pela ousadia e criatividade. Ex-diretor de redação do jornal A CRÍTICA, passou pelas principais redações do Estado, consagrando-se, também, em jornais brasileiros de grande porte como o Estado de São Paulo e o Jornal dos Sports, do Rio de Janeiro. Atualmente, Sebastião Reis era editor executivo dos jornais Em Tempo e A Tarde.

O corpo do jornalista foi encontrado por seu motorista e pela polícia. Por volta das 8h, o funcionário, identificado como “Caio”, estranhou a demora de Reis em descer do terceiro andar para ir ao trabalho. O motorista arrombou a porta do apartamento e se deparou com o quarto de Reis também trancado. A polícia foi chamada para intervir na situação. Policiais militares da 16ª Companhia Interativa Comunitária (Cicom) arrombaram a porta do cômodo.

O corpo de Sebastião Reis foi encontrado em cima da cama, com as costas encostadas na parede. A polícia isolou a área até a chegada da perícia técnica do Instituto de Criminalística e do IML.

Amigos exaltam solidariedade

Com 32 anos dedicados ao jornalismo, Sebastião Reis foi lembrado por colegas como um profissional excêntrico e criativo. Sua trajetória teve início na década de 70, no extinto jornal A Notícia. Em seguida, passou pela primeira vez pela redação de A CRÍTICA, saindo depois para a agência Sport Press, no Rio de Janeiro.

Retornou para Manaus em meados da década de 80, convidado para ser diretor de redação do Jornal do Commercio. Como repórter especial de Esportes por 12 anos do Estado de São Paulo, cobriu três Copas do Mundo de Futebol. Voltou para a capital amazonense, onde passou pela segunda vez por A CRÍTICA. Sebastião Reis fundou, ainda, o extinto jornal Estado do Amazonas e trabalhou como diretor da revista Empório Amazônico. Atualmente, era editor executivo dos jornais Em Tempo e A Tarde.

Chica do Valle, ex-chefe de reportagem de A CRÍTICA, afirmou que Reis era muito solidário. “Como pessoa, era um amigo maravilhoso. Como profissional, acredito que sua competência fala mais do que qualquer palavra que eu diga”.

O editor de Opinião do jornal O Globo (RJ), Aluízio Maranhão, também exaltou o profissionalismo do amazonense. “Ele era repórter de Esportes. Posso dizer que não era só um dos mais competentes do setor, como era uma grande figura humana”, lembrou.

Editora do caderno Dia a Dia do jornal Em Tempo, Jacira Reis conheceu o jornalista em 1985, ainda na faculdade. “De lá pra cá, construímos uma trajetória de trabalho e amizade. Quando soube da morte dele, comentei com minha filha que ele estava ajudando uma pessoa. E ela retrucou: ‘E quem ele não ajudava?’ E é verdade. Ele sempre foi solidário.”

(publicado no jornal A Crítica, nesta quarta-feira, 25 de março)

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