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sexta-feira, março 19, 2010

Cadu afirma que matou Glauco em 'missão de Deus'


“Cumpri um chamado de Deus”, disse Eduardo Sundfeld Nunes, o Cadu, 24, o assassino do cartunista Glauco Villas-Boas e seu filho, Roani. “Foi uma missão.” Ele disse também ser Jesus Cristo.

Cadu foi preso no domingo à meia-noite em Foz do Iguaçu quando tentava fugir para o Paraguai. Houve tiroteio. O rapaz disparou 25 tirou – e atingiu um policial - com a mesma arma que matou Glauco e o seu filho na madrugada de sexta (12), na casa da cartunista, em Osasco (SP).

Em entrevista agora à tarde, ele contou o que lhe passou no momento dos assassinatos: "Tô com uma arma na mão, no meio do mato, apontando a arma para um cara famoso. Os caras vão me condenar à morte aqui no Brasil. Vão me fuder com a vida. Aí eu peguei e falei: 'Você fodeu com a minha, demorou, vou foder com a sua também.' Aí atirei nele."

Cadu não explicou por que acredita que Glauco arruinou a sua vida. De qualquer forma, para o delegado José Alberto Legas, da Polícia Federal, "ele concatena muito bem as ideias”.

O delegado falou que, para não afetar as investigações, tem de manter em sigilo o depoimento do rapaz. Só adiantou que Cadu se referiu bastante à crença do Santo Daime. Trata-se de uma religião que mistura o xamanismo com espiritismo e cristianismo.

Por uns tempos, o jovem frequentou a igreja fundada pelo cartunista da seita do Santo Daime.

Antes de cometer os assassinatos, Cadu teria tomado, entre outras drogas, o chá de ayahuasca, que é um alucinógeno feito com um cipó e folhas de um arbusto cujo consumo é autorizado somente para os rituais do Daime.

Glauco tinha fundado a Igreja Céu de Maria, que fica no mesmo terreno de sua casa. Na terminologia da seita, ele era um “padrinho”.

A igreja do cartunista pertence a uma dissidência dos anos 70 criada por Sebastião Mota de Melo, que acrescentou um novo ingrediente ao chá: a maconha.

O “Maria” do nome da igreja de Glauco teria duplo sentido: um se refere à mãe de Jesus e outro à marijuana, a maconha. Mas não se sabe se, de fato, os adeptos da Céu de Maria fazem uso de maconha.

Também não se sabe por que Ricardo Handro, advogado de Glauco, mentiu à polícia ao afirmar, de início, que o cartunista e o seu filho tinham sido vítimas de assalto de dois desconhecidos.


[Com informações da Globo News.]

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