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sexta-feira, agosto 26, 2011

Ciranda Tradicional abre o 15º Festival de Cirandas de Manacapuru


Celeiro de mulheres bonitas e considerada a mais hardcore das cirandas do município, a Ciranda Tradicional abre o 15º Festival de Cirandas de Manacapuru nessa sexta-feira, a partir das 21h, no Parque do Ingá, apresentando o enredo “Urupacanam – Uma Ciranda do Avesso Cantada em Verso e Prosa”.

“Urupacanam”, claro, é a palavara “Manacapuru” ao contrário.

A vibrante ciranda do bairro Terra Preta vai fazer um protesto bem-humorado contra a excessiva modernização das cirandas rivais, que estão transformando o “verdadeiro espírito cirandeiro” em mero apêndice de enredos cada vez mais sofisticados.

Nos bastidores da Ciranda Tradicional circulou, inclusive, a história de que ela voltaria a apresentar a morte e o renascimento do pássaro Carão, tal como acontecia na pioneira brincadeira em Tefé, no início do século passado.

Os dirigentes da agremiação não confirmaram a informação.

De concreto, mesmo, sabe-se que a ciranda vai homenagear alguns moradores ilustres do município que sempre apoiaram a brincadeira e relembrar um dos casamentos mais badalados da cidade: o da doce Maria de Jesus com o estabanado Luiz Cão.

Luiz Cão ganhou esse apelido porque era um boêmio da pá virada e virava o cão chupando manga quando enchia a cabeça de truaca.

A simpática Maria de Jesus era uma católica fervorosa e temente a Deus, conhecida por sua abnegação social, simpatia e gentileza.

Ela chegou a ser conhecida como “mãe dos pobres”, numa época em que a assistência social ainda não havia sido inventada.

Os dois casaram, foram felizes e deixaram no município uma dinastia nobre, divididas igualitariamente entre anjos e capirotos.

O vice-prefeito Messias Furtado e o jornalista Aristides Furtado, de A Crítica, são netos do casal.

Pela sua simpatia contagiante, Messias pode ser considerado um anjo.

Pela competência com que investiga suas matérias, Aristides é considerado um verdadeiro capiroto pelos ladrões de dinheiro público.

Dona da torcida mais vibrante de Manacapuru (campeã absoluta do item “melhor torcida” há seis anos), a Ciranda Tradicional possui as cores vermelho, branco e dourado e é presidida por Filadelfo Pacheco.

Ela vai entrar na arena do Parque do Ingá com 20 pares no Cordão de Entrada e 60 pares no Cordão Tradicional.

Seus principais destaques são Brígida Matos (Cirandeira Bela), Yana Monteiro (Porta Cores), Vivaldo Azevedo (apresentador) e Bruno Souza e Marlon Silva (cantadores).

Entre orquestra, pessoal de apoio e figurantes, cerca de 200 pessoas deverão participar da apresentação.

Este ano, as músicas da Ciranda Tradicional estão sendo consideradas as mais bonitas do festival.

Apesar de ser torcedor fervoroso da Flor Matizada, vou estar hoje na fila do gargarejo.

O Cordão de Entrada da Ciranda Tradicional tem, seguramente, as duas cirandeiras mais bonitas do município.

Se uma delas me reconhecer na arquibancada e sorrir, já ganhei a noite.

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