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terça-feira, setembro 03, 2013

O fim do bonito Jardim da Quinta Bar


Edy Torreira, do Rio de Janeiro

Soube nesta semana através do camarada Tande Biar, grande torcedor do São Cristóvão e morador do bairro, que o glorioso bar da Dona Olinda, o Jardim da Quinta Bar, fechou as portas.

Passei ontem por lá e para ser mais preciso, não fechou, mas mudou o comando.

Então fechou, oras!

Pois é, conversei com o caboclo que estava atendendo e ele me disse que o ponto foi comprado.

Já começaram as mudanças, colocaram uma estufa medonha e, o pior, entrarão prontamente em reforma geral.

Realmente uma pena.


É mais um boteco clássico do Rio de Janeiro que ficará apenas na memória dos benditos que pisaram naquele santuário comandado pela senhora portuguesa e sua filha, a Vera.

Um bar com alma gigante que acolhia qualquer tipo de gente, sempre com o mesmo zelo.

Dos transeuntes forasteiros aos vizinhos ali do Largo do Piolho, dos granfinos aos maltrapilhos, dos policiais da 17ª DP, que fica ao lado, aos gatunos.

Todos estes sempre foram recebidos com um sorriso largo dos lindos azulejos floridos de cor laranja, com um abraço apertado das prateleiras de bebida, com o carinho do velho balcão e com o olhar protetor da imagem de São Cristóvão na parede.

Aliás, além da imagem do santo, escudos de um time do bairro decoravam o local. O Vasco da Gama.


Dona Olinda, sempre com um paninho na cabeça, estava há cinquenta anos no comando da cozinha.

E como brincava de fazer comida!

Bolinhos de bacalhau, bobó de camarão – às sextas –, pratos caseiros em geral e as deliciosas e famosas empadas de camarão, carro chefe da casa.

Geralmente eram três fornadas ao dia.

O velho Jardim da Quinta Bar deixa muitos cotovelos órfãos, que a partir de agora terão que buscar repouso noutros balcões acolhedores.

Arrancaram um bonito pedaço do bairro de São Cristóvão, os amantes dos bares tradicionais estão de luto e já sentem saudade.



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