Pesquisar este blog

quinta-feira, janeiro 08, 2015

Esquentando os tamborins (Final)


Denise Carla
O carnaval pernambucano, especialmente em Olinda e Recife, é um dos mais animados do país, e essa característica cresceu paralelamente à extinção do carnaval de rua na maior parte das cidades brasileiras por causa do desfile das escolas de samba. 
As principais atrações do carnaval pernambucano, cujos bailes também são dos mais animados, ocorrem na rua e inclui o frevo, o maracatu, as agremiações de caboclinhos, a imensa participação popular nos blocos (reminiscências modernizadas dos antigos “cordões”) e nos clubes de frevo. 
No Recife e Olinda os foliões cantam e dançam, mesmo sem uniformes ou fantasias, ao som das orquestras e bandas que fazem a festa. 
Os conjuntos de frevo mais animados são os Vassourinhas, Toureiros e Lenhadores. Lembrando, pela cadência, os velhos ranchos, os maracatus estão ligados às tradições afro-brasileiras. 

Já os caboclinhos constituem outro tipo de agremiação folclórica, cujos desfiles são apenas vistos e aplaudidos.
A outra cidade em que a participação popular é costumeira, e onde todos cantam, dançam e brincam, é Salvador. 
Uma invenção surgida na década de 1970 e que, à diferença do frevo, conseguiu contagiar outros Estados e cidades, foi o trio elétrico, um caminhão monumental no qual se instalam aparelhos de som, equipados com poderosos alto-falantes que reproduzem continuamente as composições carnavalescas gravadas. 

Há ainda, como no Recife e Olinda, muitos populares que improvisam fantasias simples, mas também adotam a postura galhofeira e vestem os disfarces de cinquenta ou cem anos atrás. 
Tudo isso traduz bem o espírito momesco irreverente que impele a multidão à descontração total.

Durante o Império, as músicas cantadas no período carnavalesco, no Brasil, eram árias de operetas, depois lundus, tanguinhos, polcas e até valsas. 
No início do século 20, predominaram, nas ruas, as cantigas de cordões e ranchos e, nos bailes, chorinhos lentos, polcas-chulas, marchas, fados, polcas-tangos, toadas e canções. 

Logo após a Primeira Guerra Mundial, os palcos dos teatros-de-revista tornaram-se os lançadores das músicas de carnaval e iniciou-se, então, o domínio das marchinhas, maxixes, marchas-chulas, cateretês e batucadas. 
E também do samba, que, na era do rádio, entre 1930 e 1960, dividiu os louros com a marchinha, embora às vezes cedesse ao sucesso de um jongo, de uma valsa ou de uma batucada. 
O samba, nos salões e na rua, era absoluto. 
Mas desde fins do decênio de 1960, com a consolidação do desfile das escolas de samba, o samba e a marcha mergulharam no ostracismo, trocados pelo samba-enredo das escolas de samba.

Nenhum comentário: