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terça-feira, julho 21, 2015

É possível comer a carne onde se ganha o pão? (2)


Se você não sabe a diferença entre casos e relacionamentos no ambiente de trabalho, gafanhoto, então fique esperto. Um caso é aquilo que Cole Porter descreveu na canção “Just One Of Those Things”: “A trip to the moon on gossamer wings”. Uma viagem para a Lua feita com asas de teias de aranha. Ou, colocado de forma menos poética: relacionamento é aquele em que você pensa nos colegas que vai convidar para o seu casamento. Caso é aquele em que você pensa o quanto estará fodido se os colegas descobrirem o que você anda fazendo.

Olhe para o organograma da empresa. Veja o retângulo que representa a sua posição. Olhe para as linhas que o ligam aos retângulos de baixo. Pois bem, todos esses retângulos são estritamente off-limits. Estão interditados. Se você estiver no início do organograma, tudo abaixo dele está proibido. Além disso, se você está no topo da cadeia alimentar, deve ser mais fácil para você arrumar distrações fora do escritório, não é? (Se não, você escolheu o emprego errado e é tarde demais para fazer correção na bússola.)

Se você tiver dúvidas, lembre-se de Bill Clinton. Ele tinha mais poder do que você. Teve uma porção de amantes. Qual deu mais dor de cabeça? Exato. Isso é chamado de Lei Lewinsky. O fato de ela nem precisar estar escrita mostra quanto é vital para a sobrevivência.

Sua secretária, por exemplo. Só um completo amador tem caso com a mulher que atende a seus telefonemas pessoais, tem acesso à sua prestação de contas de viagens e deve despistar os outros nos almoços dos quais você só retorna às 4 da tarde. Ter caso com uma secretária pode ser bom – desde que ela atenda um executivo de outra área. Especialmente da auditoria ou do RH. Conhecimento é poder.

Apelar para twitter, celular, facebook, e-mail? Respectivamente: não, nunca, de modo algum, você está louco? Veja o caso do general David Petraues, diretor da CIA. Taí um cara que deveria entender tudo sobre despiste e contrainformação. Por que ele perdeu o emprego? Troca de e-mails.

Outro envolvido no escândalo foi um agente do FBI chamado Frederick W. Humphries. Ele era esperto o bastante para ter evitado um ataque à bomba no aeroporto de Los Angeles, mas não o suficiente para saber que mulheres são muito menos sensíveis a estímulos visuais do que homens e que mandar suas fotos sem camisa por e-mail para uma gata não vai aumentar suas chances no plano sexual – e ainda por cima pode assombrar sua carreira para sempre.
O risco de você dar uma cantada digital numa colega de trabalho e a presepada virar motivo de piada no whatsapp de 100 mil desconhecidos é de 500%. Abra o olho!

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