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terça-feira, janeiro 31, 2017

Uma Noite Vermelho e Branco no GRES Andanças de Ciganos


Nesta sexta-feira, 3, a partir das 21 horas, na quadra do GRES Andanças de Ciganos, a simpática escola de samba da Cachoeirinha realiza a sua aguardada “Uma Noite Vermelho e Branco”, com a participação especial de Quinho do Salgueiro, Rebeca Pinheiro (mulata de ouro do carnaval carioca) e Cris Alves (musa da bateria do GRES Acadêmicos de Salgueiro).

Entre as atrações locais vão estar presentes a Bateria Show da Grande Família, a Bateria Vai ou Racha do Andanças de Ciganos e as Rainhas do Carnaval amazonense Rayssa Santos (2016) e Mayla Jéssica (2014). As Ciganas Glamurosas também vão mostrar uma coreografia especial. As mesas estão sendo vendidas a R$ 100 e o ingresso individual, R$ 10, pelo telefone 99202-7605. A quadra dos Ciganos fica na Rua Borba, entre as ruas Parintins e Tefé, na Cachoeirinha.

“Arrepiiiiiia, Salgueiro. Pimba, pimba! Ai que lindo, que lindo!” Quem nunca cantou junto de Quinho esse grito de guerra, dos mais conhecidos da Sapucaí? Pois é. Em 2015, ninguém cantou. Dono de um carisma particular, o cantor saiu da cena carnavalesca como num passe de mágica.

Após abandonar o carro de som da vermelho e branco para se candidatar à presidência da escola em 2014 – e, posteriormente, ter sua chapa impugnada –, o intérprete ficou sem microfone nas mãos para o desfile do Grupo Especial.


Quase três anos depois de sua frustrada busca pelo poder maior da “Academia do Samba”, o puxador admite que sua empreitada política foi um erro.

– Minha candidatura à presidência do Salgueiro foi um devaneio. Nunca mais vou tentar isso. Eu sou cantor, sempre fui, e se hoje eu sou o Quinho, devo ao samba. Não fiquei satisfeito como aconteceu, meu nome é sinônimo de alegria, quero manter sempre assim – confessa Quinho, que por 20 carnavais guiou os sambas do Salgueiro na Avenida.

Em outubro do ano passado, o Salgueiro fez uma grande festa para a escolha do samba enredo do carnaval de 2017. A presidente Regina Celi, chorando copiosamente e muito emocionada, anunciou o samba de Marcelo Motta como o grande vencedor.

A agremiação recebeu várias personalidades do mundo do samba, mas uma delas chamou a atenção de todos. Sempre irreverente, o intérprete Quinho passou quase toda a noite chupando pirulito e falou sobre um possível retorno para a escola:

– Estou com uma saudade imensa dessa escola que me projetou, que me tornou campeão por duas vezes, com sambas inesquecíveis e a presidente Regina Celi mais uma vez provou que é uma mãezona e está me recebendo aqui de braços abertos.

Perguntado sobre o fato de estar chupando um prosaico pirulito, ele explicou:

– Estou numa fase zen. Comigo tudo sempre foi muito intenso, quando fumava charuto, que sempre gostei muito, fumava bastante, quando bebia meu uísque gostava de beber bem, mas agora estou numa fase de beber uma água, uma coisa mais zen e estou curtindo um pirulito.

É essa nova fase zen do grande intérprete que os manauaras vão poder conferir na próxima sexta feira, na quadra do GRES Andanças de Ciganos. Todo mundo lá.

O conselheiro come...


Por João Ubaldo Ribeiro

Quando eu era estudante em Salvador, tinha sempre um colega ou professor especialista em histórias sobre Ruy Barbosa, a maior parte delas com certeza inventada. Não pode ser verdadeira, por exemplo, a anedota segundo a qual ele chegou a Londres e publicou um anúncio no Times: “Ensina-se inglês aos ingleses”. Também não boto muita fé em que ele se distraía arrolando dezenas de sinônimos para “chicote” ou “prostituta”, embora até hoje existam muitos conterrâneos meus que se aborrecem com quem desmente essas e outras alegações.

Mas há histórias sobre ele em que acredito. Uma delas, aliás, nem o tem como protagonista, mas, sim, sua mulher. Dizem que, procurado para dar um parecer ou realizar um trabalho qualquer, Ruy Barbosa, como acontece com muitos intelectuais, não costumava puxar o assunto do pagamento. E contam que, depois de ver o marido explorado com frequência, a mulher dele chamava o visitante para uma conversinha, na saída. Perguntava se tinham acertado alguma remuneração e, como a resposta era quase sempre negativa, ela, delicadamente, pedia ao visitante que voltasse e combinasse um pagamento.

– O conselheiro come... – explicava ela.

Pois é, o conselheiro comia. E eu, apesar de não ser nem conselheiro nem Águia de Haia, também como. Mas creio que há muita gente que acha que escritores, de modo geral, não comem, nem precisam de dinheiro para nada.

Como tudo mais, deve ser culpa da imprensa, que costuma falar em escritores de best-sellers internacionais, os quais ganham dois milhões de dólares por mês, papam nove entre cada dez estrelas de cinema e têm vastas coleções de carros e relógios de luxo.


A verdade, ai de nós, é que a maior parte dos escritores, não só aqui como no mundo todo, tem que se virar de várias formas para conseguir viver modestamente.

Acho que foi o Paulo Francis que se queixou, já faz algum tempo, do volume de trabalho de graça que aqui esperam dele. Agora me queixo eu. O Brasil, me parece, é campeão nesse tipo de prática. As pessoas esperam que o escritor trabalhe de graça o tempo todo e ficam grandemente ofendidas quando ele se recusa.

Há poucos dias, um grupo de estudantes universitários passou para mim a tarefa que lhes tinha sido incumbida pelo seu professor de literatura brasileira e, como eu não concordei em fazer o trabalho por eles, ficaram aborrecidíssimos e só faltaram xingar toda a minha árvore genealógica. Para não falar que, mesmo que eu quisesse fazer o trabalho, não saberia responder a perguntas do tipo “como caracterizar sua inserção no contexto da literatura brasileira pós-moderna”.

As encomendas de trabalhos escolares aparecem mais ou menos a cada mês. Já originais de livros para meu exame chegam todos os dias. A impressão que tenho é que a maior parte dos autores deseja que eu largue tudo o que estiver fazendo, leia sofregamente os originais, adore tudo, escreva um prefácio arrebatado e edite o livro – após o que ele passará a ganhar dois milhões de dólares por mês, a papar nove em cada dez estrelas de cinema e, enfim, viver essa vidinha de escritor.


E, na verdade, a pessoa não quer uma opinião sincera, como sempre alega. Quer, o que, aliás, é natural, receber a confirmação de seu talento. Mas, se eu fosse ler todos os originais que me surgem, não faria outra coisa na vida. Além disso, tenho muito pudor de dar opinião sobre o trabalho alheio, não me acho qualificado. E fico sem graça e me sentindo culpado porque não posso ler os originais. Não é justo, pois não posso mesmo, mas é o que acontece.

Entrevista é outro trabalho de lascar. Parece-me que a entrevista devia ser destinada a obter informações que ainda não tenham sido tornadas públicas. Por exemplo, todo mundo que já ouviu falar de mim sabe que eu sou baiano e moro no Rio. Contudo, a esmagadora maioria dos entrevistadores começa perguntando onde nasci e se ainda moro em Itaparica. Uma repórter iniciou sua entrevista perguntando se eu era escritor.

As perguntas são invariavelmente as mesmas e podiam ser respondidas com uma olhada nos arquivos do jornal ou revista, mas eu tenho de dar a entrevista e, novamente, trabalhar de graça. Não aguento mais contar que livros publiquei, que gosto de escrever de manhã, que aprendi inglês quando era menino, que nasci em Itaparica e passei a infância em Sergipe etc. etc. etc.

No caso da televisão costuma ser pior. Todo mundo que trabalha em televisão, aqui neste país onde ela é das coisas mais importantes que existem, se acha o máximo porque trabalha na televisão. A síndrome de Bozó, do Chico Anysio, assume várias formas. Os seguranças tratam a gente como lixo, devendo dar-se por felicíssima por ter a chance de aparecer na tevê. Para trabalhar de graça, a gente tem de comparecer ao estúdio, identificar-se, botar crachá, ficar esperando e obedecer ordens estranhas, tais como não olhar para a pessoas com quem se está falando, mas para a câmera.


Uma vez me fecharam num cubículo durante um tempo interminável e aí, amedrontado, fugi. De vez em quando, alguém fica indignado porque uso óculos e dá reflexo, ou porque sou careca e também dá reflexo, quase me obrigando a pedir desculpas por existir.

O interessante é que, se o camarada é amigo do dono do armazém ou da quitanda, não lhe ocorre pedir para fazer a feira da semana de graça. Afinal, trata-se de um negócio, sobrevive-se daquilo. O escritor e o jornalista também sobrevivem de seu trabalho, mas parece que ninguém acredita nisso. Volta e meia sou levado a crer, pelo jeito imperioso com que frequentemente me intimam a trabalhar de graça, que acham que recebo um estipêndio do governo para exercer essas funções.

Quando, certa feita, aceitei pagamento para escrever e assinar um anúncio, caíram de pau em cima de mim e dos outros que toparam o mesmo serviço, como se tivéssemos vendido nossas santas e puras almas ao diabo. Sei que talvez fizesse muito melhor figura de escritor se vivesse bebum, esmolambado e tomando uns trocados emprestados aqui e ali. Mas, infelizmente, me falta vocação, devo ser um falso escritor, nem milionário nem miserável.

domingo, janeiro 29, 2017

T5 Jamaica bate o Vila Mamão e conquista o Peladão Brahma diante de 27 mil pessoas


Por Camila Leonel

Com inteligência e habilidade, o T5 Jamaica, da Compensa, conquistou o Peladão Brahma ao vencer o Vila Mamão por 3 a 1, gols de Sid, Brauli e Rafael. Claudinho descontou para o Vila Mamão. A partida final foi prestigiada por mais de 27 mil pessoas, em uma inquestionável sucesso de público.

Como não poderia deixar de ser, o título foi muito comemorado pelos jogadores e comissão técnica do T5. "Estou há dois anos no time, perdemos uma final e agora ganhamos. Então foi uma grande felicidade hoje, na Arena, com tanta gente assistindo, uma maravilha. O Peladão é tudo aqui para o futebol do Amazonas", destacou o jogador Raílton 'Gatinho', do T5 Jamaica.

Para o treinador do time campeão, o título foi fruto de um trabalho longo. "Estamos treinando há sete meses, coisa que nem time profissional faz. Só nós que estamos no dia a dia com o time e sabemos o que é preciso fazer para ser campeão. E hoje conseguimos", disse Evanilson Ferreira.

Do lado do Vila Mamão, a resignação com o resultado. "O time deles estava com mais vontade do que a gente, e foi o vencedor", desabafou Daniel, o treinador do vice-campeão.

O jogo

Movimentação não faltou no primeiro tempo da final da categoria principal entre Vila Mamão e T5 Jamaica. O primeiro a colocar fogo no jogo foi o Vila Mamão com Pedrinho saindo em velocidade pelo meio do campo no primeiro minuto de jogo. Parado com falta, Claudinho cobrou, mas a bomba foi defendida pelo goleiro Ian, do T5 Jamaica. Aos três minutos, novamente Claudinei chegou soltando uma bomba em direção ao gol adversário, mas o goleiro defendeu novamente.

Mesmo com um começo mais intenso do Vila Mamão, quem abriu o placar foi o T5 Jamaica. Maik, ao cobrar falta, rolou a bola para Thiaguinho tocar em Sid. O camisa oito  de fora da área chutou um balaço de primeira e a bola parou no fundo da rede. T5 1 a 0.

Atrás no placar, o Vila Mamão se lançou ao ataque. Com a forte marcação do T5, o jeito era apostar em jogadas individuais. Aos 12 minutos, Iran fez bela jogada individual e mandou para o gol, mas Ian salvou o T5 mais uma vez.
Outro lance de perigo aconteceu aos 24 minutos, com Irla chutando colocado de fora da área. A bola entraria no ângulo se não fosse a bela defesa de Ian.

No segundo tempo, o ritmo de jogo diminuiu, as equipes mais cautelosas evitavam dar muitos espaços para os adversários. Isso durou até os 10 minutos quando o T5 começou a crescer no jogo e pressionar. E a pressão resultou em gol. Com 13 minutos do segundo tempo, Michael cruzou da direita para Brauli cabecear no segundo pau. O goleiro do Vila Mamão até tocou na bola, mas ela já havia ultrapassado a linha do gol. T5 2 a 0.

Com a vantagem no placar, o T5 Jamaica passou a administrar o jogo. O Vila Mamão até tentava esboçar uma reação como aos 27 minutos após jogada de Claudinho para Paulinho, mas faltou alguém para concluir a jogada. O T5 jogando no contra ataque quase amplia primeiro com Thiaguinho e depois com Rafael, mas o goleiro evitou  os gols.

Aos 33 minutos o juiz marcou pênalti para o Vila Mamão. Claudinho bateu e descontou. Dois minutos depois quem foi derrubado na área foi o jogador do T5 Jamaica. Pênalti. Rafael cobrou e fez para o delírio da torcida que já gritava é campeão.  O placar seguiu inalterado até o fim, restando apenas a festa para toda a torcida da Compensa

sábado, janeiro 28, 2017

“Tem dinheiro. Se não roubar, dá pra brincar”, é tema da 31ª Banda da Bica


A Banda Independente da Confraria do Armando (BICA) completa 31 anos e deve realizar a tradicional festa de carnaval no dia 18 de fevereiro. O bloco desce a rua 10 de Julho, no Centro Histórico de Manaus, a partir das 15h até 00h. A expectativa de público é de 70 mil pessoas.

Com o tema “Tem dinheiro. Se não roubar, dá pra brincar” – inspirado em um bordão que ficou conhecido nas eleições para Prefeito de Manaus de 2016, a banda traz a tradicional crítica à situação política do país. “A banda da BICA sempre faz crítica do cenário político”, comentou uma das organizadoras e dona do bar, Ana Cláudia.

Diversas apresentações devem animar os milhares de foliões. Segundo a organização, devem se apresentar na BICA, a bateria da escola de samba Reino Unido da Liberdade, o bloco do Cauxi Eletrizado, a Orquestra Manaus Frevo e a Banda do Adal, trazendo as tradicionais marchinhas de carnaval.


Os ensaios (esquentas) irão começar no dia 2 de fevereiro, e devem continuar nos dias 9 e 16 do mesmo mês.

Recentemente homenageado com o título de Patrimônio Cultural Imaterial do Amazonas, o Bar do Armando foi fundado na década de 1970 pelo português Armando Dias Soares, que chegou a Manaus em 1953 e morreu em abril de 2012, aos 77 anos.

“É uma banda muito importante da cidade de Manaus que tem como característica manter as marchinhas de Carnaval. E outra tradição é que é uma banda segura, as pessoas vão confiantes de que vão brincar, e tem sido assim durante os 30 anos", afirmou a filha do Armando Soares, Ana Cláudia.

Conheça abaixo as duas primeiras marchinhas da BICA que já estão tocando nas rádios:



Marchinhas: tradição ou preconceito?


Por Guilherme Franco

Muito antes dos sambas-enredo das escolas de samba e dos trios elétricos fazerem sucesso, quem animava os foliões eram as marchinhas de carnaval. Alegres e fáceis de aprender, elas exprimem espírito das festas de rua ao mesmo tempo que fazem crônicas breves de seu tempo, se incorporando à cultura musical do país.

O auge da marchinha coincide com o auge do rádio, entre as décadas de 1930 e 1960, antes que a televisão começasse gradualmente a ocupar espaço na criação de modas e tendências associadas à música. Desde as primeiras composições, na década de 1920, as estrofes eram cheias de duplo sentido, deboches e em alguns casos, preconceitos.

A historiadora Rosa Araújo, juntamente com o jornalista Sérgio Cabral, fez uma pesquisa na qual ouviram mais de 1.300 composições entre as décadas de 1920 e 1970 para criarem o espetáculo teatral “Sassaricando: e o Rio inventou a marchinha”. Como verdadeiras crônicas do cotidiano da época, as marchinhas abordavam praticamente todos os assuntos: comportamento, vida doméstica, família, economia, clima, serviços urbanos, história do Brasil, entre outros.

De acordo com ela, não havia temática proibida à época quando o assunto eram as marchinhas de carnaval, o que valia era a criatividade e a brincadeira. As canções eram como cartuns, uma maneira rápida e vívida de cristalizar um aspecto engraçado ou paradoxal de uma situação qualquer.

“Elas faziam a crônica dos temas cotidianos com sarcasmo e bom humor, de tudo que atrai a atenção do povo. Não havia preocupação com questões político-sociais. No carnaval tudo é festa e alegria, pois são dias em que o Brasil está de perna para o ar”, explica.

Segundo a historiadora, as sátiras estavam adaptadas ao contexto político do momento. “Naquele período ninguém tinha noção do politicamente correto, o feminismo estava nascendo e o racismo era velado. No entanto, as pessoas sabiam que existiam esses preconceitos, mas foram noções que se desenvolveram com mais clareza no século XXI”.

Rosa Araújo entende que as marchinhas de carnaval ainda vão animar por muitos anos os foliões. “Elas são eternas, um patrimônio nacional. Serão sempre bem-vindas, pois retratam a história do Brasil”, crê.

Entre as marchinhas mais conhecidas com viés preconceituoso estão “Cabeleira do Zezé“— em que a homofobia está presente ao se perguntar se o “Zezé” é “transviado” e mandando cortar seus cabelos — e “Maria Sapatão” — em que se confunde identidade de gênero e orientação sexual. No caso da marchinha “O Teu Cabelo Não Nega”, música da década de 30, o verso “Mas como a cor não pega, mulata/ Mulata eu quero o teu amor” é ilustrativo de um racismo nada implícito.

Para a militante feminista e autora do blogue “Que Nega é Essa?”, Aline Ramos, o fato das letras terem sido criadas num contexto político diferente do atual não significa que elas eram aceitas pelos grupos minoritários. “A diferença está na maneira em que essas pessoas se organizavam para reivindicar seus direitos e apontar o preconceito. Precisamos encarar as marchinhas como dispositivos culturais com forte poder de mensagem. E se essa mensagem violenta um grupo social de algum modo, ela deve ser revista”, opina. “Homofobia, racismo, transfobia e machismo matam do mesmo modo que matavam no passado”, completa.

Aline aponta os novos blocos de rua como um fator que pode ganhar força e se diferenciar das letras compostas nas últimas décadas. “Atualmente, esses blocos não possuem um apelo popular grande, mas são manifestações que estão surgindo de grupos que não estão satisfeitos com o que está estabelecido. Imagina que legal estar no bloco das negas empoderadas em vez do bloco da nega maluca?”, conclui.

quinta-feira, janeiro 26, 2017

Uma explicação medianamente desnecessária


Em maio de 2011, ou seja, dez anos depois de ter lançado com sucesso um livro contando a gênese da música eletrônica (“Funk, a música que bate”, duas edições esgotadas, de 3 mil exemplares cada uma), resolvi fazer um post ironizando a baixa aceitação do gênero aqui na taba.

Para minha surpresa, dezenas de idiotas de plantão não entenderam o espírito da coisa e começaram a me espinafrar por meio de comentários preconceituosos, sem eira nem beira.

Além de me chamarem de gordo, feio e pobre (qualidades morais que nunca neguei!) e de morar no meio de índios (da tribo dos Papacus, sempre é bom lembrar...), começaram a achar que sou um “inguinorante” musical.

Porra, para um moleque que era DJ com 17 anos e ouvia Kraftwerk desde os quinze, isso soou como uma infâmia.


No início, achei divertido – e publicava os comentários. Com o tempo, virou um pé no saco – e comecei simplesmente a informar ao blogger que aquilo era spam. Foda-se.

Sim, porque a maioria dos comentários era assinada por um tal de “anônimo”. E de anônimo, já basta minha conta numerada na Suíça.

Confesso que não sei lidar com idiotas de plantão – sequer sei como eles vêm parar aqui no meu mocó, já que faço de tudo para mantê-los afastados.

Desconfio – sem poder provar – que é gente acostumada a transitar com desenvoltura na cracolândia virtual das chamadas redes sociais (facebook, whatsapp, google +, instagram, et caterva), em que o xingamento é publicado em tempo real.


Aqui no blogger, entretanto, o buraco é mais embaixo. Os comentários, negativos ou não, aguardam o moderador do blog para serem publicados.

E, como qualquer sujeito hedonista que adora compartilhar informações, eu publico ou não.

Dito isso, vamos entrar em um acordo: quem ficar puto com as minhas postagens, que guarde suas críticas bem escondidinhas no olho do cu e me esqueça completamente, já que não dependo de seus “likes” para ser feliz.

Sem contar que também não quero ser responsável pela sua frustração intelectual de retornar ao post diariamente e constatar que sua “crítica maravilhosa” não foi publicada.

Perca tempo com isso não, mainha... Vá dar duas horas de cu com o relógio parado, painho... Procurem o que fazer ali na esquina, mas me deixem em paz, please!

Existem 580 milhões de blogs na internet. Encontrem um pra chamar de seu, mas me errem, carálio!...

Now, quem tem senso de humor e sabe separar o joio do trigo, vai continuar sendo bem-vindo ao mocó. É para eles que continuo escrevendo. Simples assim.

Aviso aos meus queridos navegantes!

Eu, Iran e Marlon no primeiro esquenta da Banda da Caxuxa

Fiquei quatro meses sem aparecer aqui no mocó por que estava envolvido em uma série de projetos. O maior deles, em importância, era ressuscitar o site Candiru, o único portal de humor da cidade (os outros também são de humor, mas se acham sérios...). 

Por enquanto, a experiência está sendo bem-sucedida. Se quiserem conferir, acessem aqui.

Entre os demais projetos estava publicar dois novos livros ainda este ano, um sobre os 60 anos do Festival Folclórico do Amazonas e outro sobre os 35 anos do Carnaval de Educandos, além de copidescar um inédito (todo manuscrito) livro de crônicas do meu dileto amigo Moacir Andrade, falecido abruptamente no ano passado.

O livro sobre o festival já está em fase de revisão, o do carnaval está andando e o do Moacir Andrade ainda está nos primeiros passos porque muitas vezes tenho que adivinhar o que sua caligrafia octogenária estava querendo dizer. Choses.

Por enquanto, é isso. O New York Times informará.

Ah, e que 2017 seja pior do que 2018, mas infinitamente melhor do que 2016.

Vila Mamão é o representante da Zona Sul na final do Peladão


Depois de trinta anos de espera, o Vila Mamão F.C., de São Francisco, vai disputar sua primeira final no maior campeonato de futebol do planeta, segundo o jornal londrino The Guardian, que teve mais de 500 clubes na disputa desse ano. O jogo será realizado neste sábado, na Arena da Amazônia, a partir das 15h. O adversário da Vila Mamão será o T5 Jamaica, da Compensa, campeão do ano passado.

No último sábado, 21, o campo do Clube da Petrobrás ficou pequeno quando Vila Mamão F.C e Liga do Aleixo/Náutico Clube disputaram a semifinal que daria a vaga ao primeiro finalista da categoria principal. Empurrado pelos gritos e cantos da torcida, o Vila Mamão acabou superando o adversário por 2 a 0 e garantindo a inédita passagem à grande final do Peladão.

“É um sonho de infância. Graças a Deus nós chegamos nessa final, devido à união de toda a comunidade da Vila Mamão. O time tem mais de 30 anos de Peladão e hoje tá fazendo história”, resumiu o treinador da equipe, Daniel Ricardo.

Sem perder a humildade, o Vila Mamão F. C. está cada vez mais confiante de erguer o título de campeão e coroar uma temporada de superação do time. “A união do grupo é o diferencial. Começamos mal nas primeiras rodadas do Peladão, os dois primeiros jogos foram empate devido ao time não se conhecer. Tivemos várias divergências de vaidade, mas no final o time se uniu e estamos indo pra decisão com o coração no bico da chuteira”, diz Edlúcio, um dos cartolas do clube.


Emily Moisa e Renata Penha (finalistas) e a nova rainha do Peladão, Thais Bergamini, vão participar da festa na Arena da Amazônia

Conhecido pela beleza de suas candidatas – Kelly Taline, Bruna Dayane, Camila Vieira, Paloma Albuquerque, Rossicléa Castilho, Luana Batista, Ana Paula e Luana Silva, entre outras, que sempre ficaram entre as 18 finalistas do concurso de Rainha do Peladão –, o Vila Mamão F. C. agora quer ficar conhecido pelo seu bom futebol. Por enquanto, a equipe contabiliza nove vitórias e apenas dois empates.

Na 1ª Fase, o Vila Mamão empatou com o Amigos do Beco (1x1) e com o Jardim Brasil (0x0), e derrotou o Locomotiva (5x0) e o Amigos do Roger (4x0). Na 2ª fase, foram quatro vitórias seguidas: 2x1 no Sete Quedas, 5x0 no Inefável, 2x1 no Unidos do Bueiro e 1x0 no Treze de Maio. Nas oitavas de final, o Vila Mamão fez 1x0 no Núcleo 5. Nas quartas de final, 3x0 no Caça Barca. Na semifinal, 2x0 no Liga do Aleixo/Náutico Clube.

Entre os destaques do time estão o goleiro De Leon (que já defendeu dois pênaltis), Parintins (ex-São Raimundo), Claudinho (ex-São Raimundo), Iran, Serginho (ex-campeão do Peladão pelo Alvorada) e Rossi (ex-capitão de equipe do Compensão). Entre os torcedores fanáticos estão Ivancy Wilkens (ex-campeão amazonense de jiu-jitsu) e Áureo Petita (primeiro craque do Peladão pelo Murrinhas do Egito, em 1974).

Hegemonia da Zona Sul


Nesses 43 anos, a taça de campeão do Peladão foi conquistada apenas duas vezes por times do interior do Estado (Furacão, em 1985, e Entram, em 1993 – ambos de Manacapuru). Nas outras 41 edições, o título de melhor equipe de pelada ficou em Manaus, e desse total, o grito de “é campeão!” foi ouvido 21 vezes nos bairros da Zona Sul.

A Zona Sul não abriga somente o maior número de títulos. É de lá também o time mais vitorioso da história do Peladão. A máquina de levantar troféus do maior campeonato de pelada do mundo atende pelo nome de Arsenal. A equipe da Colônia Oliveira Machado já foi campeã seis vezes. E em cinco edições bateu na trave, ficando com o vice-campeonato. Uma delas foi em 2012.

Se o Vila Mamão conquistar esse título inédito vai se juntar a uma pequena galeria onde já se encontram Arsenal, Estrela (Praça 14, um título), Estalo (Santa Luzia, dois títulos), Arranca Toco (Educandos, um título), Tuna Luso (Praça 14, três títulos), Zaire (Cachoeirinha, um título), Transmiro (Praça 14, um título), Janjão Gouvea (Praça 14, um título), Park Club (Cachoeirinha, um título), União da Ilha (Manaus Moderna, dois títulos), Alternativa (Petrópolis, um título) e Martins Vical (Adrianópolis, um título). O bicho vai pegar.